Como saber quando procurar um psicólogo ou psiquiatra?
Profissionais têm formações distintas, mas podem atuar de forma conjunta
Segundo o último mapeamento global realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil concentra hoje a maior população com transtornos de ansiedade do planeta. A ansiedade patológica é apresentada em 9,3% dos brasileiros, número que acende um alerta ainda maior para o âmbito da saúde mental.
Um dos problemas que dificulta o tratamento adequado para esse e outros problemas semelhantes é o preconceito em torno dessa temática — algo que vem sendo, pouco a pouco, desconstruído em nossa sociedade. Mas, afinal de contas, quando procurar um psicólogo ou um psiquiatra em São Paulo?
Para fazer essa escolha, precisamos, antes de mais nada, compreender qual o papel de cada um desses profissionais que, sim, podem atuar de maneira integrada, mas que não são, de maneira alguma, a mesma coisa. Entenda como o psiquiatra e o psicólogo podem te ajudar e quando procurar por eles.
Psicólogo ou psiquiatra?
É muito comum que pessoas leigas façam confusão entre psicólogo e psiquiatra, até porque, invariavelmente, ambos atuam no cuidado com a saúde mental. A grande diferença, porém, está na formação de cada um e nas possibilidades de atuação.
O psicólogo é uma pessoa formada em Psicologia, uma ciência social pautada na mente e que tanto estuda quanto analisa os processos e comportamentos próprios dos seres humanos, tanto de maneira individual quanto em grupo.
Já o psiquiatra é alguém graduado em Medicina que optou por fazer a especialização em Psiquiatria, área médica responsável por realizar diagnósticos e tratamentos que abrangem os chamados transtornos mentais, ajudando a prevenir, tratar e reabilitar pessoas com doenças mentais.
Exatamente por ser médico, o psiquiatra tem a capacidade de prescrever medicamentos para os seus pacientes, incluindo os chamados tarja preta (a exemplo de remédios que afetam o sistema nervoso), os quais exigem retenção da receita médica.
Qual dos dois escolher?
Depois de entender melhor sobre cada um desses profissionais, você ainda pode estar se perguntando qual a melhor opção para você. A resposta vai depender muito mais do que você procura e quais as suas reais necessidades frente à sua própria saúde mental.
Quem está sofrendo de um problema específico, como um processo de luto ou divórcio, ou ainda deseja compreender melhor a si mesmo, por exemplo, pode ter o acompanhamento com o psicólogo como uma excelente escolha em prol de sua saúde mental.
O psicólogo atua como uma espécie de ouvinte e de guia na busca pela melhora do quadro emocional, lhe ajudando a desvendar conflitos internos, bem como a compreender o seu próprio comportamento. O trabalho desse profissional também auxilia ainda no autoconhecimento.
No entanto, existem questões que podem exigir um cuidado diferenciado, até por conta da gravidade. Transtornos de ansiedade, compulsão, depressão, bipolaridade e outras patologias que afetam a mente de algumas pessoas, por outro lado, devem ser administrados com ajuda do psiquiatra.
Isso porque esse profissional, além de acolher o problema, vai poder designar o tratamento mais adequado que, invariavelmente, inclui o uso de remédios específicos, como estabilizadores de humor, ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos.
Psicólogo e psiquiatra podem trabalhar juntos
Vale ressaltar que a atuação de um profissional não minimiza a importância do outro — muito pelo contrário. Quando uma pessoa apresenta um quadro de depressão e ansiedade, por exemplo, é muito comum que haja uma integração do trabalho do psicólogo com o psiquiatra.
Essa integração é importantíssima para ajudar pacientes a terem mais qualidade de vida e desfrutarem de relacionamentos mais saudáveis em todos os âmbitos. Dessa forma, o sucesso do tratamento e o bem-estar de quem tem ou está passando por algum problema de saúde mental é muito mais garantido.